Quarta-feira, Dezembro 4, 2024
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A Toda a Velocidade: a boa comédia é veloz

Nos últimos anos, realizar uma comédia parece ter-se tornado difícil. Os exemplos de comédia bem feita têm diminuído, e quase não há um filme recente com argumentos suficientemente engraçados. A Toda a Velocidade, realizado por Nicolas Benamou, traz tudo que esperamos dum bom filme do género: bons diálogos, bons atores e bom enredo.

O filme é uma história simples. Uma família decide passar parte das férias na praia, e a oportunidade parece perfeita para viajar com o novo e tecnológico carro. Durante a viagem, o pai programa, através do computador de bordo, o carro para manter a velocidade a 130 km/h. Quando tudo parece correr bem, a família nota que sistema do carro está com defeito e que não podem desacelerar o veículo. A partir daí, o filme desenvolve-se.

A comédia é garantida do início ao fim, literalmente, com direito à cena durante os créditos. Há dois pormenores que são responsáveis para que o filme seja divertido e que possa ser assistido e recomendado à toda a família – não só pelo facto de haver uma família a protagonizá-lo. O primeiro pormenor é sobre o elenco. O elenco tem uma boa ligação entre si, e nota-se bastante familiarização, o que é crucial para que eles convençam o leitor de que realmente são uma família. As interpretações são boas e engraçadas. O segundo pormenor é sobre o argumento. As situações pelas quais a família passa são óbvias, mas são bem encaixadas no enredo. Os diálogos são engraçados e as piadas são bem pensadas.

Porém nem tudo é risos. É óbvio pensar que a comédia bem feita é aquela que faz o espectador rir-se. Mas há controvérsias. Um dos problemas de A Toda a Velocidade é o excesso de piadas. Há impressão de que o filme empolga-se demasiadamente e esquece-se do equilíbrio. Há alguns momentos de drama que merecem a devida atenção, mas que são ignorados por causa das piadas. Assim como o carro da família Cox, os diálogos engraçados não têm freio e não páram.

No geral, o filme é bom. Os diálogos engraçados, mesmo às vezes desequilibrados, funcionam e cumprem as suas principais funções: fazer o espectador rir-se e desenvolver o enredo. O elenco é mesmo bem escolhido e todos sabem ser engraçados e interpretar o que é que espera-se deles. Nicolas Benamou faz uma boa realização e entrega-nos um filme familiar em todos os aspetos. Vale à pena assistir.

 

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