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Milos Forman morreu, aos 86 anos – o paladino da liberdade voa agora sobre um ninho de cucos

Milos Forman deixou-nos ontem aos 86 anos, após uma ligeira doença, como confirmou a sua mulher à agência checa CTK. Ele foi um paladino da liberdade, que um dia abandonou as limitações criativas da sua Checoslováquia para procurar e encontrar nos EUA aquilo que procurava. Essa união relevou-se frutífera beneficiando-o com os cinco Óscares por Voando Sobre um Ninho de Cucos, com um Jack Nicholson arrebatador no papel de um paciente no asilo de alienados, e ainda Amadeus, com Tom Hulce no papel de Wolfgang Amadeus Mozart, vencendo oito Óscares das 11 nomeações, incluindo Melhor Filme e Realizador.

Sempre controverso, mesmo com uma carreira com pouco mais de uma dúzia de longas metragens, Milos assina ainda Hair (1979), um hino da liberdade hippie, e as derivas biográficas Larry Flynt (1996), num registo ligeiramente ficcionado sobre o polémico dono do império pornográfico e da revista Hustler, acérrimo defensor da liberdade de expressão, bem como Homem na Lua (1999), sobre a vida e a carreira do humorista sem limites Andy Kaufman.

O seu reconhecimento principiou com O Ás de Espadas (1964), Os Amores de Uma Loira (1965), que seria nomeado para o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro, prolongado depois por O Baile dos Bombeiros (1967), talvez o filme decisivo para a incompatibilidade com o regime comunista local, pouco aberto à sua sensibilidade satírica, por vezes bastante ácida e sofisticada. Foi-se o corpo e a mente deste homem livre, mas os filmes ficaram.

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