Domingo, Outubro 13, 2024
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Paulo Branco deixa aviso: “Avançarei com processo de perdas financeiras”

Terry Gilliam já pode mostrar O Homem Que Matou D. Quixote na cerimónia de encerramento, mas perdeu a distribuição americana da Amazon

Uma pequena multidão de jornalistas acotovelava-se no do espaço do pavilhão da Alfama Filmes, na passada quarta-feira à tarde, no mercado do festival de Cannes. Ao centro, Paulo Branco rodeado de microfones parecia antecipar o inevitável e que haveria de confirmar-se menos de uma hora depois – ou seja, a confirmação da projeção de O Homem Que Matou D. Quixote, o malogrado projeto do realizador americano Terry Gilliam, agendada para a sessão de encerramento no próximo dia 19.

Uma coisa quero dizer-vos antes de mais, alertou de forma exaltada, em francês, qualquer que seja a decisão judicial, decidi não a refutar; no entanto, adiantou, avançarei com um processo contra a associação por perdas financeiras. Explicou, mais adiante, que não tem nada contra o projeto, pelo contrário, trabalhei muito neste filme.

No mesmo dia em que se soube também que a Amazon havia abandonado a possibilidade de distribuir o filme nos EUA, o produtor português explicou ainda, desta vez em inglês, que a mesma companhia escreveu uma carta à Kinology e à Tournesol (atuais produtores do filme) argumentando que a decisão judicial foi muito clara a sublinhar que (era ele quem) detinha os direitos do filme. Explicou ainda que a Amazon sugeriu um acordo com o risco de sair do eventual negócio.

Quando lhe perguntámos se estaria aberto a algum tipo de acordo, respondeu-nos que desde há dois anos que aguarda um acordo, embora sem sucesso. Quisemos ainda saber se a versão final do filme teria ainda na sua génese a ideia inicial em que ambos partiram em conjunto.

Bem mais calmo, esclareceu que não acredita que hajam grandes alterações ao projeto que Terry Gilliam me mostrou. Acho que a visão dele é a mesma que tinha nessa altura. Seria impossível fazer um filme diferente.

Já a mensagem que deixou para a Direção do festival foi mais dura, alegando que não podem decidir por toda a gente e que apenas pensam no seu ego, até porque conheciam todas as anteriores decisões judiciais e até a carta da Amazon. Acrescentando ainda que programar um filme para o encerramento é um desastre, frisando que este deveria estar na Competição Oficial.

Paulo Branco sugeriu ainda que iria sugerir uma alternativa não financeira caso a decisão não fosse contra ele. O que não sucedeu. Uma coisa é certa, o caso está longe de encerrado.

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