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Mamma Mia! Here We Go Again: o destino de Donna Sheridan e seus três maridos

Aqui vamos nós outra vez! Aparentemente, o enorme acervo musical dos irresistíveis Abba ainda serve de combustível para alinhavar uma nova história mirabolante e fazer o povo trautear as canções a pensar como parecem ter sido escritas para esse momento. Até porque percebemos que muitos temas musicais tinham ficado de fora do atrevido menu musical que fez furor há precisamente uma década atrás.

Depois de Meryl Streep ter literalmente pintado a manta no original, Lily Jones entra em cena para recuperar o passado de Donna e, claro, dos seus três maridos. Voilá, e temos sequela, ou prequela, como se quiser. Ou seja, espetáculo garantido numa paradísiaca ilha grega para uma plateia com mais de 40 anos. Mesmo que tudo tenha aquele lado de disparate pegado e venha servido um aperitivo de baklava e ouzo on the side.

É nesse local idílico que a filha (Amanda Seyfried) tentará erguer uma nova festa de arromba para honrar a memória da mãe desaparecida, ao mesmo tempo que a edição nos fornece a versão 70’ desse grupinho, em particular das versões adolescentes de Pierce Brosnan, Stellan Skarsgard e Colin Firth, num jogo de efeito algo charoposo da responsabilidade do Ol Parker, em vez de Phillida Loyd, um raopaz cujos feitos incluem apenas a realização do igualmente charoposo O Exótico Hotel Marigold e o facto de ter sido casado com Thandie Newton…

Tal como no original, também em Mamma Mia – Here We Go Again (o próprio título da sequela já parecia decidido há décadas) a principal força assenta nos temas escritos dos suecos Bjorn Ullvaeus e Benny Anderson. Mas essa é também a sua fragilidade. Porque fica claro que não só Lily Jones, como o restante cast, onde veremos Dominic Cooper, Julie Walters ou mesmo Andy Garcia, dificilmente se aguenta nas entrelinhas dos números musicais. Chega para alimentar a sequela? Claro que sim. O próprio trailer se encarrega do serviço. Mas é um bom filme? Não, como já não era o filme de 2008, apesar da exuberância e arrojo de Meryl Streep e até de Amanda Seyfrid, para além da música dos Abba, claro.

O problema é que hoje, esta espécie de encore, ou lado B do mesmo disco, já não colhe o mesmo hype do show musical. Com a agravante que alguns números musicais serem especialmente penosos. Espera, mas temos a visita de uma Cher com ar de porcelana, a cantar Fernando  e a querer-nos convencer que é avó de Amanda Seyfried! Ok, isso até pode ser uma espécie de Easter egg, se quisermos, para que o delírio seja total. Ou talvez momento de quase terror…

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