Quarta-feira, Dezembro 11, 2024
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Ciao, Federico! lança evento Fellini 100

2020 é ano de centenário de Federico Fellini e 20 de janeiro a comemoração do seu nascimento. Nesse dia, a efeméride foi devidamente assinalada na Cinemateca Portuguesa com a exibição de Ciao, Federico!, aparentemente, o primeiro documentário sobre Fellini, graças às imagens captadas por Gideon Bachmann em 1969 durante a rodagem de Fellini-Satyricon (isto numa altura em que os seus filmes eram precedidos do apelido).

A iniciativa realizada em colaboração com o Instituto Italiano de Cultura e a Festa do Cinema Italiano marca o início de Fellini 100, um movimento destinado a aproximar o público português do universo ‘felliniano’. Segundo a nota divulgada pela Festa do Cinema Italiano trata-se de uma forma de “lembrar, conhecer e redescobrir a multifacetada obra deste autor”.

O evento decorre paralelamente à 13ª Festa do Cinema Italiano, que se realiza entre os dias 1 e 9 de abril, com o ciclo integral da obra de Fellini em cópias novas na Cinemateca Portuguesa – Museu do Cinema. Esta retrospetiva deverá ser acompanhada em diversas salas de cinema, cineclubes e auditórios um pouco por todo o país, como anunciou Stefano Savio, diretor da Festa, em colaboração com a Alambique Filmes e Risi Filmes, além de ser disponibilizada também em DVD e plataformas VoD.

O programa Fellini 100 (que será em breve anunciado) incluirá ainda exposições de fotografia, desenhos oníricos do próprio Fellini, incluídos no Il libro dei signi, para além de uma mesa redonda com diversas personalidades ligadas à sua obra, um concerto evocativo da banda sonora de Nino Rota, bem como um cine-jantar entre outras atividades.

Ciao, Federico!, cuja estreia mundial ocorreu no festival de Veneza em 1979, portanto há precisamente meio século, tem diversos pontos de interesse. Desde logo, por nos mostrar o cineasta em atividade, e logo num dos seus períodos mais férteis. Logo numa cena inicial, durante uma suposta ménage a trois, percebemos o seu gozo genuíno quando orienta minuciosamente a movimentação de três atores. É precisamente esse rigor que surpreende, ainda que envolto num espaço habitado pela fantasia. Único é também o momento em que vemos Roman Polanski visitar o set, na companhia de Sharon Tate, apenas três meses antes de ser massacrada, em agosto desse mesmo ano. Seguramente, um momento que tem hoje um significado amplificado.

E quem é Gideon Bachmann? Rezam os arquivos que se trata de um judeu alemão radicado na Palestina, durante os anos 30, e mais tarde depois nos Estados Unidos, onde estudaria cinema com Jonas Mekas, realizando um ano antes, em 1968, o documento intitulado Jonas. A sua curtíssima filmografia completa-se com a curta documental Open Your Eyes, com Pasolini.

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