Eis os nove candidatos ao Óscar de Filme do Ano – e a nossa visão pessoal (com notas!) Na lista de nomeações que ensaia aquilo que é Hollywood, ou seja, a sua capacidade para reciclar a História e criar novas fantasias, ou apenas motivos para irmos ao cinema. Isto é Hollywood!
Le Mans ’66: O Duelo **
Uma variante de Faísca McQueen em versão imagem real que convence apenas nos momentos em que pensamos na animação da Pixar. Ou seja, estamos muito longe do Le Mans de 1971, com o Steve McQueen, o tal filme que Carros da Pixar pisca o olho e a personagem Faísca emula o ator. O Duelo mais não faz que esboçar uma história que puxa pela rivalidade italiana e americana – que até teria pés para andar (ou correr) -, mas que se fica pelo registo de fórmula.
O Irlandês **
Jojo Rabbit *
Este é o filme que não é da Netfix, mas que deveria ser da Netflix. O problema é quando o neozelandês Taika Waititi (ah, já se percebe, foi o realizador do Thor: Ragnarok, da Marvel!) quer fazer de Wes Anderson embora o seu esboço se atropela no politicamente incorreto do tema para o transformar em algo correto e formatado. Este é daqueles casos em que não se percebe bem a razão de Jojo pertencer no lote do Melhor Filme. Vá, deu a Scarlett Johansson uma das suas duas nomeações do ano.
Joker ****
Ao contrário de Jojo Rabbit, a abordagem da temática ao universo de super-heróis é feita em Joker como se tratasse de um filme old school dos anos 70, vá na linha de Scorsese. Pela rigorosa viagem no tempo e pela correta dimensão da esquizofrenia trabalhada por Phoenix percebe-se que é uma aposta bem consumada pelo realizador da trilogia A Ressaca. A que a melhor prestação do ano de Bob De Niro (mais Scorsese que em Scorsese) dá uma preciosa ajuda. Felizmente, já sabemos que Todd Phillips é o homem indicado para sequelas que se seguem.
Mulherzinhas **
Por falar em sequelas, esta versão da muito indie Greta Gerwig, habitual colaboradora de Noah Baumbach, ao conto de Louisa May Alcott parece vingar a quota feminina dos Óscares, como que a salientar a urgência deste enésimo remake que pouco acrescenta. Pelo menos mostra mais cinema que Judy, no putativo prémio para Renée Zellweger como Judy Garland (mas isso são outras histórias). Bem Florence Pugh, a sobressair no cast feminino, confirmando que é um nome com que teremos de contar mais no futuro.
Marriage Story ***
É claro que podemos imaginar o que Greta Garwig poderia acrescentar à personagem feminina neste filme de Noah Baumbach (e parecia tão calhada!), mas teremos de nos contentar com a outra nomeação ao Óscar de miss Scarlett Johansson. Pena é que nem ela nem Adam Sandler, perdão Adam Driver (mas como Sandler poderia ser tão bom, mesmo sem pensar em Diamante Bruto/Uncut Gem – esta só a possibilidade para mencionar esta prestação esquecida) tenham sido achados nesta variante muito mais posh de Cenas da Vida Conjugal de Bergman.
1917 **
Era uma vez em… Hollywood *****
Parasitas ****