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Outsiders: O cinema indie como alternativa aos blockbusters

Começou ontem, dia 30, mais um festival de cinema em Lisboa. Mais um?! Não é bem assim. É que, para já, o Outsiders – Cinema Independente Americano prefere assumir-se antes como um ciclo ou mostra que nos devolve a essência do cinema indie made in USA, com o patrocínio da FLAD, a Fundação Luso Americana para o Desenvolvimento.

Isto, apesar de não esconder, naturalmente, a esperança de se converter numa iniciativa regular (anual). E que possa estender-se para além de Lisboa. Para já, além desta semana, está apenas prevista em 2022, uma extensão à Ilha Terceira (Angra do Heroísmo e Praia da Vitória).

Assim, até ao próximo dia 8 poderão ser vistos 14 longas-metragens além de oito curtas (sete dos manos Benny e Josh Safdie), produzidas entre 2006 e 2020, com a curadoria e programação a cargo do cinéfilo Carlos Nogueira. A particularidade, será talvez a de precisar os termos dessa independência. Sobretudo pelo distanciamento que a História lhe foi conferindo, cabendo hoje em dia – pelo menos, no que ao Outsiders mais interessa – a possibilidade de divulgação de muitos nomes e obra que tem ficado arredada da distribuição nacional, mesmo nos circuitos mais alternativos.

Carlos Nogueira dá alguns exemplos, na brochura e programação que acompanha esta mostra, como a incontornável Lena Dunham, de que vimos na abertura (no dia 30), Tiny Furniture, a sua segunda longa metragem, de 2010, (após várias curtas) em que fica bem patente o lado ‘indie’ desta nova-iorquina e do que viria a ser a premiada série da HBO Girls (2012-2017)porque é mais bem conhecida.

The Mend, de John Magary

Alerta ainda para a alienação urbana de The Mend, de John Magary, revelado em 2014, em Austin, no South by Southwest, bem como para a presença de Joe Swanberg em Nights and Weekends, que realizou em parceria com Greta Gerwig, em 2008, além de All the Light in the City, de 2012. Chamando ainda a atenção para o facto de Swanberg ter agendada uma masterclass em Lisboa. Naturalmente, é ainda chamada obrigatória para o multipremiado The Rider, de Chloé Zhao, (Nomadland, Óscar Melhor Filme 2021), o filme que revelou o cinema de Zhao em 2017, programado para a sessão de encerramento no próximo dia 8.

Comum a todos eles é o facto de se tratarem de “filmes que na sua maioria envolvem produções de baixo custo”, como informa Rita Faden, presidente da FLAD, sendo que muitos deles foram “filmados em vídeo digital, apresentando um olhar diferenciado sobre a vida contemporânea das gerações de jovens americanos” e exibidos em festivais marcadamente independentes, como o SXSW (South by Southwest), Sundance, Tribeca ou Berlim. E com a particularidade de nunca terem sido exibidos em Portugal.

Razões de sobra para sermos todos ‘outsiders’ durante esta semana. Mesmo sem subscrever integralmente a diferenciação proposta por Carlos Nogueira ao sugerir como ‘outsiders’ a produção fora do sistema de produção dos estúdios de Hollywood, por oposição aos ‘insider’, dentro desse padrão de produção. Isto porque, desde logo, no Insider blockbuster não entra…

Siga a programação completa do Outsiders aqui.

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