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Alice Diop, Jafar Panahi e Frederik Wiseman prometem cinema a sério em Veneza

Alice Diop, Karlovy Vary (foto: Paulo Portugal)

Jafar Panahi, claro, Alice Diop e Frederik Wiseman chamam a atenção na competição para o Leão de Ouro – a par da cada vez mais potente presença americana (assegurando mais de uma dezena de títulos). Mas temos também i novo de Kim-ki-duk fora de competição.

Prestes a celebrar 80 anos (irá em 2023), o festival de Veneza puxou dos galões, uma vez mais, para apresentar uma luxuosa seleção de filmes a concurso para o Leão de Ouro. Mas também evidenciou – e uma vez mais! – a sua tendência para um namoro com a indústria de cinema americano, este ano com nada menos que 8 títulos, sem contar aqueles em co-produção (seriam 11). Naturalmente, alguns deles a acalentar um posicionamento para a temporada dos prémios do cinema americanos. O que já vai sendo também um dado cada vez mais adquirido.

Mas falemos do mais interessante. Os filmes. E quem os faz. Já agora, daqueles que prometem um cinema mais independente. Como, por exemplo, a documentarista francesa Alice Diop, a enveredar agora pelo território da ficção (depois de Nous), que entrevistamos em Karlovy Vary, agora com Saint Omer, a sair abordando a história de uma mulher acusada de assassinar a sua filha de 15 anos na região da Normandia com o mesmo nome. Ainda em francês (imagine-se!), o muito americano Frederick Wiseman (que entrevistamos em Veneza em 2018 e um ano antes em San Sebastian) também seduzido pela ficção em Un Couple, descrevendo a relação tumultuosa entre Sofia e Leon Tolstoy.

O mexicano Alejandro G. Iñárritu irá mostrar Bardo, Falsa Crónica de unas Quantas Verdades, talvez o filme mais longo da selecção com três horas. Naturalmente, o regresso de Jafar Panahi a Veneza (ele que já ganhou o Leão de Ouro, em 2000, com O Círculo), agora com o seu novo filme intitulado, No Bears, é motivo de todas as expectativas. Mesmo que o cineasta esteja impossibilitado de viajar, por se encontrar preso. Outro iraniano, outro regresso. É Vahid Jalilvand, com Beyond The Wall. Temos ainda os filmes de Roschdy Zem, num regresso à realização, com Les miens, com Sami Bouajila, a cineasta Maïwenn, e o próprio resalizador. Ele que também entra em Les Infants des Actress, de Rebecca Zlotowski. Também o documentário de Laura PoitrasAll The Beauty and The Bloodshed sobre a batalha de Nan Goldin com a família da farmacêutica Sackler.

Já fora de competição é o nomes de Kim Ki-duk que salta à vista – ele também ausente, vítima de covid, embora tenha dado instruções para a montagem final de Call Of God. E na secção Horizontes, haverá muito expectativa em redor do filme de Sérgio TréfautA Noiva.

COMPETIÇÃO
White Noise, Noah Baumbach (EUA) – Filme de abertura
Il Signore Delle Formiche, Gianni Amelio (Itália)
The Whale, Darren Aronofsky (EUA)
L’Immensità, Emanuele Crialese (Itália)
Saint Omer, Alice Diop (França)
Blonde, Andrew Dominik (EUA)
TÁR, Todd Field (EUA)
Love Life, Kôji Fukada (Japão, França)
Bardo, Falsa Cronica de unas Quantas Verdades, Alejandro G. Iñárritu (México)
Athena, Romain Gavras (França)
Bones and All, Luca Guadagnino (EUA)
The Eternal Daughter, Joanna Hogg (Inglaterra)
Beyond The Wall, Vahid Jalilvand (Irão)
The Banshees of Inisherin, Martin McDonagh (Inglaterra, EUA)
Argentina, 1985, Santiago Mitre (Argentina, EUA)
Chiara, Susanna Nicchiarelli (Itália)
Monica, Andrea Pallaoro (Itália)
No Bears, Jafar Panahi (Irão)
All The Beauty and The Bloodshed, Laura Poitras (EUA)
Un Couple, Frederick Wiseman (EUA)
The Son, Florian Zeller (Inglaterra)
Les Miens, Roschdy Zem (França)
Les Enfants des Autres, Rebecca Zlotowski (França)

FORA DE COMPETIÇÃO – FICÇÃO
The Hanging Sun, Francesco Carrozzini (Itália) – Filme de encerramento
When The Waves Are Gone, Lav Diaz (Philippines, França, Portugal, Dinamarca)
Living, Oliver Hermanus (Inglaterra)
Dead For a Dollar, Walter Hill (EUA)
Call Of God, Kim Ki-duk (Estónia, Quiriguistão, Letónia)
Dreamin’ Wild, Bill Pohlad (EUA)
Master Gardener, Paul Schrader (EUA)
Siccitá, Paolo Virzì (Itália)
Pearl, Ti West (EUA)
Don’t Worry Darling, Olivia Wilde (EUA)

FORA DE COMOETIÇÃO – NÃO-FICÇÃO
Freedom on Fire: Ukraine’s Fight For Freedom, Evgeny Afineevsky (Ucrânia, Inglaterra, EUA)
The Matchmaker, Benedetta Argentieri (Itália)
Gli Ultimi Giorni Dell’Umanità, Enrico Ghezzi, Alessandro Gagliardo (Itália)
A Compassionate Spy, Steve James (EUA)
Music For Black Pigeons, Jørgen Leth, Andreas Koefoed (Dinamarca)
The Kiev Trial, Sergei Loznitsa (Holanda, Ucrânia)
In Viaggio, Gianfranco Rosi (Itália)
Bobi Wine Ghetto President, Christopher Sharp, Moses Bwayo (Uganda, Inglaterra, EUA)
Nuclear, Oliver Stone (EUA)

FORA DE COMPETIÇÃO – SÉRIES
The Kingdom Exodus (Episódios 1-5), Lars Von Trier (Dinamarca)
Copenhagen Cowboy (Episodes 1-6), Nicholas Winding Refn (Dinamarca)

HORIZONTES
Princess, Roberto De Paolis (Itália) – Filme de abertura
Victim, Michal Blasko (Eslováquia, Chéquia, Alemanha)
On The Fringe, Juan Diego Botto (Espanha)
Trenque Lauquen, Laura Citarella (Argentina, Alemanha)
Vera, Tizza Covi, Rainer Frimmel (Áustria)
Innocence, Guy Davidi (Dinamarca, Israel, Finlândia, Islândia) – Documentário
Blanquita” Fernando Guzzoni (Chile, México)
For My Country, Rachid Hami (França, Taipei)
A Man, Key Ishikawa (Japão)
Bread and Salt, Damian Kocur (Polónia)
Luxembourg, Luxembourg, Antonio Lukich (Ucrânia)
Ti Mangio il Cuore, Pippo Mezzapesa (Itália)
To The North, Mihai Mincan (Roménia, França, Grécia, Bulgária, Chéquia)
Autobiography, Makbul Mubarak (França, Alemanha, Qatar)
The Sitting Duck, Jean-Paul Salomé (França)
World War III, Houman Seyiedi (Irão)
The Happiest Man in the World, Teona Strugar Mitevska (Bósnia, Bélgica, Dinamarca)
A Noiva,” Sérgio Tréfaut (Portugal)

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