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O Piano exibido na secção clássicos do festival de San Sebastian

Já são conhecidos os filmes restaurados que irão figurar na secção Klasikoak do festival de San Sebastian, que decorre na cidade do País Basco, entre 20 e 28 de setembro. Desde logo, fazem parte do programa Tasio, de Montxo Armendáriz, terá honras de filme de abertura da secção. Será igualmente exibido Tatuaje, Primeira Aventura de Pepe Carvalho, de Bigas Luna, bem como O Piano, de Jane Campion, Sha Fu/A mulher de ira, de Tseng Chuang-Hsiang, Surcos/Sulcos, de José Antonio Nieves Conde e ainda Un rêve plus long que la nuit, de Niki de Saint Phalle.

Além das habituais retrospectivas, o Festival de San Sebastian vem recuperando clássicos antigos e novos da história universal do cinema. Nesta 72ª edição, e 40 anos depois da sua estreia no Festival de San Sebastian, o filme Tasio (Montxo Armendáriz, 1984), que foi restaurado pela Filmoteca Vasca, irá abrir no dia 21 a secção Klasikoak no Teatro Victoria Eugenia, isto depois de ter já sido sido seleccionado para os mais prestigiados festivais de cinema clássico: Cannes Classics no Festival de Cannes, Cinema Ritrovato em Bolonha e Festival Lumière em Lyon, onde será exibido em outubro. 

Em colaboração com a Filmoteca de Catalunya, Klasikoak exibirá ainda Tatuaje, primera aventura de Pepe Carvalho (Bigas Luna, 1978), a primeiro longa-metragem do cineasta catalão, baseado no romance homônimo de Manuel Vázquez Montalbán, que participou do roteiro com Bigas Luna e Josep Ulloa. 

Também faz parte da seleção Sha Fu / A Mulher da Ira (Tseng Chuang-Hsiang, 1984), um clássico do cinema new wave, de Taiwan dos anos 80. Tseng Chuang-Hsiang (Guandong, 1947) dirige a adaptação do polêmico romance Killing the Husband, da escritora e ativista feminista Li Ang, durante a ocupação de Taiwan pelo Japão e baseado na história real de uma jovem que ficou órfã depois da sua mãe ter cometido suicídio na sequência de um casamento forçado.

O Festival exibirá ainda, em colaboração com o Institut Lumière de Lyon e com apresentação do diretor do Institut Lumière, Thierry Frémaux, a versão restaurada de O Piano (Jane Campion, 1993), o filme icónico da cineasta neozelandesa que recebeu a Palma de Ouro no Festival de Cannes. Na altura, o primeiro filme dirigido por uma mulher a vencer esse prémio. E que receberia ainda três Oscares (melhor argumento, além das performances de Holly Hunter e Anna Paquin. O filme narra a história de uma mulher não-verbal que viaja com sua filha de sua Escócia natal para a Nova Zelândia para realizar um casamento arranjado.

Um outro clássico do cinema espanhol programado nesta secção é é Surcos / Sulcos (José Antonio Nieves Conde, 1951). Trata-se de uma adaptação de Gonzalo Torrente Ballester, numa Madrid do final dos anos 40, onde uma família de migrantes rurais se esforçam para começar uma nova vida.

Por fim, Un rêve plus long que la nuit (1976), segundo e último filme de Niki de Saint Phalle. A pintora, escultora e cineasta francesa, que protagoniza o filme – cujo elenco também conta com o marido, o escultor suíço Jean Tinguely, a quem o cineasta da retrospectiva do ano passado, Hiroshi Teshigara, dedicou um documentário – dirige um filme em forma de história infantil, onde uma princesa navega em até a idade adulta através de um campo minado do patriarcado em uma paisagem fantasmagórica e surreal.

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