O Festival de Cinema Lumière, a decorrer em Lyon de 11 a 19 de outubro, celebra a rica história de 130 anos de cinema, graças ao empenho dos irmãos Lumière, filhos da terra e inventores da imagem em movimento. Fundado com base no trabalho pioneiro de Auguste e Louis Lumière, o festival de Lyon presta homenagem ao momento em que a câmara colocou todo um mundo em movimento.
Sendo que o primeiro filme, La Sortie de l’Usine Lumière à Lyon/A saída dos operários das fábricas Lumière (1895), foi filmado, ali mesmo, ao lado da vila Lumière, a casa de família, junto à fábrica. Hoje se gesto de cinema é assinalado anualmente, com o realizador homenageado com o Prémio Lumière a fazer a sua “versão” dessas vistas. Este ano, será o caso de Michael Mann.
Uma vez mais, este festival, dirigido por Thierry Frémaux, promete um programa diversificado e dinâmico. Como é habitual, prestando homenagem às origens do cinema, mas embora sem esquecer a sua evolução, com a apresentação de algumas obras-primas clássicas em paralelo com trabalhos contemporâneos de todo o mundo.
A programação do festival inclui masterclasses com algumas estrelas, como o caso de Natalie Portman e Sean Penn. A carreira do cineasta americano Martin Ritt, conhecido pelos seus filmes socialmente engajados, receberá homenagem com uma retrospetiva dedicas a um conjunto de filmes centrados em questões de justiça social.
O festival de Lyon apontará igualmente retrospectivas e masterclasses da Ásia e a Europa de Leste. Desde logo, John Woo, cineasta de Hong Kong, famoso por clássicos de ação como The Killer, que apresentará versões restauradas dos seus filmes; já o japonês Seijun Suzuki será homenageado pela sua inventividade revolucionária; do Leste Europeu, o húngaro István Szabó e o cineasta da Alemanha Oriental, Konrad Wolf, oferecem muito aguardadas perspetivas sobre convulsões históricas e mudanças sociais.
Como é habitual, Lumière dedica ainda um espaço a especiais contribuições femininas, sendo este ano escolhida a cineasta norueguesa Anja Breien, reconhecida pelas suas narrativas feministas, com a possibilidade de vermos alguns seus filmes mais importante. A não perder, igualmente, o tributo ao ator e encenador francês, Louis Jouvet, pelo papel influente tanto no teatro e cinema francês.
O festival preparou ainda algumas antestreias relevantes, como a recente adaptação que Guillermo del Toro fez de Frankenstein, e ainda o biopic Springsteen: Deliver Me From Nowhere, de Scott Cooper.
Vão ser assim as Luzes em Lyon!
