Sexta-feira, Dezembro 5, 2025
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Em Riade, a FIPRESCI promoveu ‘o lugar da arte no cinema’

O cineasta italiano Marco Bellochio, os críticos e programadores Carlo Chatrian e Mark Peranson abrilhantaram a reflexão profunda sobre o cinema ao longo de três dias, durante os quais a cidade de Riade recebeu uma série de apresentações, master classes e workshops.

Pela terceira vez, a International Film Criticism Conference criou um espaço privilegiado de partilha de conhecimento, de grande amplitude geográfica, promovendo a diversidade de diálogo e experiências, onde o papel da crítica de cinema foi encarado como uma plataforma de aproximação.

Paulo Portugal apresenta The Role of Film Festivals (Foto: Muhammad Hamed)

Imagine-se então uma conferência de cinema, sobre cinema, com profissionais do setor. Mais uma vez, Riade, na Arábia Saudita, promoveu um imenso simpósio reunindo críticos de cinema, académicos, investigadores e programadores de festivais. Juntos, examinaram o estado da sétima arte no mundo, refletindo sobre algumas das questões mais pertinentes que se colocam na indústria e na arte cinematográfica. Ao longo de três dias, integramos este painel de participantes, muitos deles membros da FIPRESCI, com apresentações, workshops e entrevistas, abordando o tema da definição de espaço dentro do objeto cinematográfico.

Diversos temas foram abordados: a exploração do papel do cinema e suas fronteiras, como no caso de Lamia Guiga, da secção tunisina, que falou sobre o cinema no exílio; também a exploração do papel dos festivais no contexto de uma expansão de diferentes tipos de ecrãs – tema da nossa apresentação (Paulo Portugal); a representação espacial do cinema independente, trazida pelo delegado cazaque Baubek Nogerbek; e ainda o papel da animação, refletido na apresentação do crítico saudita Walaa Sindi.

Foram discutidos também temas como as dinâmicas históricas do cinema na cidade de Tbilisi durante os anos 1960, pela cineasta georgiana Nini Shvelidze; as relações fenomenológicas de cineastas italianos em Milão, defendidas pela italiana Chiara Spagnoli Gabardi; e o papel do local do cinema, abordado pela espanhola Eva Peydró Sanz, com foco na obra de Bernardo Bertolucci. Vinda do Bangladesh, Sadia Khalid sugeriu a discussão sobre o movimento da cidade de Daca, enquanto o português Manuel Halpern analisou o exotismo no cinema de Miguel Gomes.

Richard Peña, direção FIPRESCI e participantes (Foto: Muhammad Hamed).

Por sua vez, Nicola Davide Angerame conduziu um workshop sobre o papel da palavra escrita e oral no espaço cinematográfico, estabelecendo pontes com a memória, a cultura e a atmosfera. A crítica mexicana Adriana Fernández criou um mapa geográfico da Cidade do México, refletindo sobre os espelhos entre um retrato semi-rural e uma cidade marcada pela desigualdade.

O historiador e académico húngaro György Bárón proporcionou uma conferência sobre o papel da memória das cidades, estabelecendo diversos paralelismos críticos e geográficos. O evento encerrou-se com uma masterclass do historiador e ex-diretor do New York Film Festival, Richard Peña, numa conversa moderada por Ahmed Shawky, presidente da FIPRESCI.

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