Sábado, Outubro 5, 2024
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Melissa Leo é a rainha do FEST, em Espinho

Já está na agenda uma semana de cinema na praia!

Como poucos festivais de cinema, o FEST (de 19 a 26 de junho, em Espinho) alia de uma forma irresistível a descoberta de um cinema que nos provoca os sentidos com a proximidade de criadores das mais diversas áreas da indústria em eventos paralelos. A proposta assumida serve-se então como uma semana de cinema, descoberta e diversão. É como refere o site oficial: “existem dois motivos de excelência para visitar o FEST:  aprender sobre cinema e passar uma semana de férias de cinema.” Vamos nisso!

Melissa Leo, considerada por muitos como a rainha do cinema indie, até pode ser a convidada com mais destaque do FEST. Até poder ser a vencedora do Óscar de Atriz Secundária por The Fighter, mas não esquecemos o seu papel em Snowden, de Oliver Stone, ou até o hiper polémico The Most Hated Woman in America, um outro exclusivo da Netflix, com estreia mundial já este ano no SXSW, justamente a encarnar a figura de Madalyn Murray O’Hair, a mulher ateia que lutou para afastar a religião das escolas nos anos 60.

Apesar do protagonismo de Leo, será errado descorar a presença de outros notáveis da indústria nos diversos eventos do Training Ground. É o caso de Ed Lachman, o diretor de fotografia habitual de Todd Haynes e responsável pelo seu mais recente trabalho Wonderstruck, presente o mês passado na secção oficial para a Palma de Ouro no festival de Cannes e, muito provavelmente, na calha para uma nomeação ao Óscar por mais um trabalho notável de imagem. Quem também vem animar o FEST é o técnico de efeitos especiais Brian Muir (Star Wars Guardiães da Galáxia), bem como o production designer polaco Allan Starski (vencedor do Óscar respetivo por A Lista de Schindler e ainda O Pianista) ou o sonoplasta Eddy Joseph (007 Casino Royale, Harry Potter ou Batman). Mas a lista continua… Muitos estarão igualmente ansiosos pelo Pitching Forum, para apresentar o seu projeto cinematográfico e a possibilidade de captar apoios.

Quanto olhamos para os 11 filmes da programação competitiva para prémio Lince de Ouro (para Melhor Filme e Melhor Documentário) percebemos o cuidado na seleção de propostas que tragam propostas de novidades e irreverência ao cinema independente.

Tom de Finland

De resto, o sinal fica dado com a escolha para filme de abertura Tom of Finland, de Dome Karukoski, sobre o finlandês Touko Laaksonen, o tal “Tom da Finlândia”, pioneiro da arte homoerótica do século XX. O filme haveria de ganhar, já este ano, o prémio FIPRESCI, do júri da crítica internacional, no passado festival de Gotemburgo.

Nos filmes a concurso detetam-se, por exemplo, As You Are, vencedor do prémio do Júri, em Sundance, com uma história de amizade entre três jovens nos anos 90, em plena fúria do movimento grunge; olhamos ainda para o abandono grego sem respostas, em Park, mas também para as consequências laborais da crise espanhola (The Invisible Hand), ou ainda a realidade do que se passa nas ruas no impressionante documentário russo Road Movie, sem esquecer ainda a forma como a sexualidade feminina é encarada no Ruanda, em  Sacred Water.

Balada de um Batráquio

A descoberta do novo cinema português surge na Competição Nacional de Curtas, com um conjunto de filmes onde se destacam Ascensão, de Pedro Peralta, presente em Cannes o ano passado, e Balada de um Batráquio, de Leonor Teles, vencedora do Urso de Ouro, também em 2016.

O festival em Espinho oferece ainda na secção competitiva NEXXT uma mostra com os melhores trabalhos de diversas escolas de cinema do mundo inteiro, ou a secção juvenil (FESTinha), com uma competição nacional de curtas.

Para além das secções competitivas, na secção Flavours of the World olhamos o cinema iraniano com a exibição de uma dúzia de fitas, bem como o espaço de reflexão Be Kind Rewind, sobre os novos desafios europeus.

E porque o FEST é também uma festa do cinema, espera-se muita animação, festas para descontração e muito networking. Tudo antes da cerimónia da entrega dos prémios no dia 25, onde será exibida a comédia espanhola sobre a austeridade The One Eyed King, de Marc Crehuet.

Competição Lince de Ouro

Park, Sofia Exarchou (Grécia), ficção, 100′
As You Are, Miles Joris-Peyrafitte (EUA), ficção, 105′
Needle Boy, Alexander Bak Sagmo (Dinamarca), ficção, 74′
The Invisible Hand, David Macián (Espanha), ficção, 83′
Filthy, Tereza Nvotová (República Checa/Eslováquia), ficção, 87′
8:30, Laura Nasmyth (Austria) ficção 70′
Old Stone, Johnny MA (Canadá/China), ficção, 100′
Hello Destroyer, Kevan Funk (Canadá), ficção, 110′
The Road Movie, Dmitrii Kalashnikov (Bielorrússia), documentário 67′
Icon, Wojciech Kasperski (Polónia) documentário,  55′
Sacred Water, Olivier Jourdain (Bélgica), documentário, 55′

 

Competição Nacional Curtas Metragens

Ascensão, Pedro Peralta, Portugal, 18′
Balada de um Batráquio, Leonor Teles, Portugal, 11′
Ivan, Bernardo Lopes, Portugal, 16’15
Maria Sem Pecado, Mário Macedo, Portugal, 28’16
O Autor, Rui Neto, Portugal, 17’11
Susana, João Eça, Portugal, 26’58
Um Refúgio Azul, João Lourenço, Portugal, 23’46
78.4 Radio Plutão, Tiago Amorim, Portugal, 15′

 

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