Sexta-feira, Dezembro 6, 2024
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Call of Duty: WWII: regresso às origens em formato blockbuster

Youtubers RicFazeres e Windoh deixam primeiras impressões

Análise PS4

 

A sala de apresentações da Fnac do Colombo, em Lisboa, converteu-se na passada quarta-feira numa pequena trincheira para celebrar o lançamento de Call of Duty: WWII, um dos mais aguardados jogos do ano e até mesmo desta franchise da Activision. Lá dentro, protegidos da multidão de fãs, os youtubers RicFazeres e Windoh animavam o ambiente, mostrando as suas habilidades e conversando com jornalistas, enquanto que do outro lado da trincheira aumentava a fila para os primeiros compradores do jogo e os admiradores das vedetas do Youtube a aguardar um momento com os seus ídolos. Entretanto, Rui Unas, um confesso adepto de jogos ambientados neste período, preparava-se para o direto no quartel general do programa Maluco Beleza devidamente montado para partilhar com o seu auditório as emoções daquele momento. Esta era também a oportunidade para o nosso primeiro contacto com este universo realista do conflito mundial na Europa.

 RicFazeres: “Este vai ser um dos melhores modos campanha de sempre”

Com um dos mais famosos youtubers ali mesmo à mão, não perdemos a oportunidade de abordar RicFazeres e de perceber se já tinha uma boa experiência do jogo, isto um minuto antes de ser entrevistado em direto por Rui Unas. Já experimentei a versão beta, revelou confiante, mas queria ter experimentado mais. Pareceu-me muito bem, dentro daquilo que estava à espera. Estou muito curioso pelo modo campanha, porque se fala que vai ser um dos melhores modos campanha de sempre. Ele que revelou um certo cansaço pela opção dos modos futuristas. É bom ver este jogo a abordar vátios temas da 2ª Guerra Mundial, admite.

RicFazeres

Windoh: “Joguei Call of Duty minha vida toda”

Joguei Call of Duty minha vida toda, afirmou peremptório, Windoh, outro youtuber com uma enorme legião de fãs, na nossa curtíssima entrevista: joguei todos durante muitos anos, menos os últimos dois, porque não estiveram tão bons. Apesar de ser uma primeira impressão ainda a frio isso não o impediu de admitir que estava a experimentar pela primeira vez, mas garantiu-nos que iria motivar um vídeo especial se o jogo estiver bom. Mas pelo que dizem, confessa-nos, este está muito melhor.

Windoh

Regresso às origens?

Provavelmente, poucas pessoas se recordarão que a génese da gloriosa franchise Call of Duty, começou precisamente com batalhas durante a 2ª Guerra Mundial. Foi há já 14 anos que o primeiro título, a cargo da Infinity Ward, e ainda apenas para PC, tendo por base o motor de Quake III, convidou os jogadores para missões na primeira pessoa em ferrenhas campanhas na Segunda Guerra Mundial, como a sangrenta batalha de Stalingrad, o desembarque na Normandia ou a Batalha de Berlim. Nesse sentido, COD:WWII assume-se assim como um regresso às origens, embora com todo o acumular de experiência desta saga bélica.

Rui Unas e RicFazeres no direto do Maluco Beleza, na Fnac do Colombo, em Lisboa

Ao contrário dos youtubers e de grande parte dos convidados daquela zona privada que se deleitavam com os mapas multiplayer, optámos por iniciar a nossa experiência no modo Campanha e deixar-nos invadir por essa narrativa que juntava alguns ‘irmãos de armas’ prestes a desembarcar nas praias da Normandia. E foi logo aí que percebemos também como o nível de dificuldade do jogo estava bem mais exigente. Não só naquela primeira barragem de fogo antes de conseguirmos usar o tubo que permitia destruir parte do muro da fortaleza e assim empurrar a tropa nazi, bem como nas missões que se seguiriam. O que vale é que é possível alterar o nível de dificuldade em cada nova missão. Nesse sentido, ganha importância o trabalho de equipa, sendo necessário olhar pelos camaradas que nos podem ajudar com munições e packs de emergência média, bem como beneficiar também do nosso auxílio.

Difícil mesmo era apreciar a excelência da paisagem gráfica no meio do frenesim do combate, ainda que difícil seria esquecer o que parecia ser uma rigorosa reconstituição do filme O Resgate do Soldado Ryan, tal era o realismo do cenário e dos corpos mutilados e o caos geral naquela tomada dos bunkers inimigos nas praias do dia D.

Talvez o maior elogio que se possa fazer a este robusto título da Sledgehammer é a forma equilibrada como se temperam os diversos andamentos da ação; desde logo o início desse delírio bélico, para evoluir depois para missões a bordo um carro blindado ou, lá mais para o meio, operações camufladas em território da Normandia. Pelo caminho, um fio narrativo suficientemente coeso que nos faz sentir empatia pelas personagens, um pouco como uma amálgama de produções de guerra que aqui parecem reunidas. Nesse sentido, excelente o trabalho dos atores em recriar as cenas e ao espantoso trabalho fisionómico e da reprodução labial das personagens, permitindo assim ao jogador uma maior fusão neste fantástico filme virtual.

É claro que COD não seria o mesmo sem o respetivo modo multijogador. Aqui numa completa inversão ao mais recente título baseado em armamento futurista e repousando no armamento vintage da 2ªGM, com as forças Aliadas de um lado e as do Eixo do outro. Apesar de todos os detalhes das armas da altura, o recurso a um lança-chamas acaba por ser sempre uma excitante variante ao armamento mais convencional.

Tudo começa num hub com o formato de um campo militar em que o jogador tem a possibilidade de escolher o tipo de força militar antes de entrar nas diversas arenas e aceitar desafios ou atirar-se logo de cabeça para o fogo e a mortalha. Uma boa novidade é perceber como a boa conduta é aqui premiada ao contrário das atitudes mais indecorosas por parte de alguns jogadores, com consequentes repercussões em eventuais promoções. Afinal de contas, nunca se sabe quem apanhamos do outro lado net.

Quem tem seguido esta franchise da Activision com alguma regularidade saberá que a modalidade zombie é sempre bem-recebida pelos jogadores mais hardcore e não só. Neste caso, o já tradicional modo cooperativo Nazi Zombies em que caberá ao jogador fazer saltar as cabeças de hordas de criaturas mortos-vivos ou simplesmente abrir espaço para um enorme barbecue de boches à medida que vão sendo grelhados diante o uso do lança-chamas.

Em suma, a sigla COD: WWII oferece-nos um luxuoso e longo blockbuster de guerra virtual sobre alguns momentos mais marcantes da ofensiva da mais mortífera guerra na Europa. E é talvez o sentimento de nos remeter para essa narrativa que confere uma apetência que permite cruzar diversas faixas etárias. Um pouco como sucede com os modos multijogador, em que é premiada a boa conduta, a par da pontaria. Sim, é tudo isto que faz as delícias de Call of Duty: WWII.

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