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IndieLisboa em balanço: Poder da memória domina premiação

A edição do IndieLisboa deste ano fica marcada pelo filme De Los Nombres de las Cabras, vencedor do prémio da competição internacional – o júri composto pelo cineasta português Ivo Ferreira, autor de Hotel Império, a realizadora romena Adina Pintilie, que nos trouxe Não Me Toques, e ainda o crítico da revista Variety Boyd Hoeij.

De Los Nombres de las Cabras

Trata-se de um documentário livre assinado pelos espanhóis Miguel G. Morales e Sílvia Navarro Martín na sua missão de devolver um rosto e identidade ao povo aborígene de Tenerife, os pastores Guanches, entretanto desaparecidos. No fundo, a viagem a um passado obscuro, dado por imagens captadas ainda nos anos 20, complementadas entretanto por documentos de cariz antropológico.

Por aqui se torna mais ou menos claro que o denominador comum deste ano juntou premiados que se debruçaram sobre os diversos caminhos da memória, de um passado que já foi.

No plano das curtas metragens, Past Perfect, de Jorge Jácome, foi o escolhido depois da sua passagem na Berlinale, trabalhando de uma forma coesa o registo melancólico e nostálgico, algures entre a ficção e o documentário.

No capítulo da realização, foi Tiago Hespanha o vencedor, pelo seu trabalho em Camposobre a maior base militar na Europa. Catarina Mourão recebeu uma menção honrosa por O Mar Enrola na Areia

O prémio especial do júri foi em ex-aequo para Jessica Forever, da dupla francesa Caroline Poggi e Jonathan Vinel, cuja cinematografia esteve em destaque nesta edição do Indie, e ainda Thou Shalt Not Kill, dos romenos Gabi Sarga e Catalin Rotaru.

Já no plano nacional, as imagens de arquivo e as reconstituições de Catarina Ruivo sobre a avó Júlia convenceram o júri a premiar essa viagem de três horas que é A Minha Avó Trelótótó. A curta escolhida foi A Casa, a Verdadeira e a Seguinte, Ainda Está Por Fazer, de Sílvia das Fadas. E ainda a curta Poder Fantasma, de Afonso Mota.

O documentário Batida de Lisboa assinado por Rita Maia e Vasco Viana recebeu o prémio IndieMusic, e à curta Invisível Herói, de Cristèle Alves Meira, foi outrogado o prémio Árvore da Vida. Por fim, o prémio Novíssimos, para cinema em contexto escolar ou auto-promoção, foi para o documentário Estas Mãos São Minhas, de André Ferreira.

Entretanto, foi já contabilizada a escolha do público em Bait, de Mark Jenkin, vencedor do Prémio do Público Longa Metragem. Guaxuma, de Nara Normande, vence o Prémio do Público para melhor curta metragem e Morcego, de Julia Ocker, foi o favorito do público jovem, com o Prémio IndieJúnior.

Todos os premiados podem ainda ser vistos no cinema Ideal, nos próximos dias 13, 14 e 15, nas sessões das 18h e 22h.

 

Palmarés

Competição Internacional

Grande Prémio Cidade de LisboaDe los Nombres de las Cabras, de Miguel G. Morales e Sílvia Navarro Martín (Espanha)

Prémio Especial do Júri (ex-aequo): Jessica Forever, de Caroline Poggi e Jonathan Vinel (França), e Thou Shalt Not Kill, de Gabi Virginia Sarga e Catalin Rotaru (Roménia)

Grande Prémio de Curta-MetragemPast Perfect, de Jorge Jácome (Portugal)

Melhor Curta de AnimaçãoGuaxuma, de Nara Normande (Brasil)

Melhor Curta de DocumentárioSwatted, de Ismaël Joffrou Chandoutis (França)

Melhor Curta de FicçãoThe Girl with Two Heads, de Betzabé Garcia (Reino Unido)

Competição Nacional

Melhor Longa-MetragemA Minha Avó Trelótótó, de Catarina Ruivo

Melhor Realizador: Tiago Hespanha, por Campo

Melhor Curta-MetragemA Casa, a Verdadeira e a Seguinte, Ainda Está por Fazer, de Sílvia das Fadas

Prémio Novo TalentoPoder Fantasma, de Afonso Mota

Prémio Novíssimos: Estas Mãos São Minhas, de André Ferreira

Prémio Silvestre de Longas-Metragens (ex-aequo): I Do Not Care if We Go Down in History as Barbarians de Radu Jude (Roménia), e M. de Yolande Zauberman (França)

Prémio Silvestre de Curtas-MetragensSete Anos em Maio de Affonso Uchôa (Brasil)

Prémio Árvore da VidaInvisível Herói de Cristèle Alves Meira (Portugal)

Prémio EscolasGuaxuma

Prémio Indie MusicBatida de Lisboa, de Rita Maia e Vasco Viana (Portugal)

Prémio UniversidadesPresent.Perfect, de Shengze Zhu (China)

Prémio Amnistia InternacionalSete Anos em Maio

 

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