Segunda-feira, Abril 29, 2024
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Berlinale. É o cinema do mundo, da política, e das causas.

Cada vez mais, os festivais de cinema assumem a responsabilidade de auscultar o mundo, e até contrapor utopias visuais à inacreditável realidade que nos absorve. Este ano, em que se irá comemorar o segundo ano da invasão russa à Ucrânia, no próximo dia 23, mas também o prolongamento da guerra entre Israel e o Hamas, na Palestina, esta ilha de reflexão torna-se ainda mais urgente. Assim possamos ser salvos pelos filmes, de 15 a 25 de fevereiro. A ver vamos.

Esta é também a última edição dirigida pela dupla Mariëtte Rissenbeek e Carlo Chatrian, antes de ceder lugar à americana Tricia Tuttle, abandonando o cargo no BFI London Film Festival. 

E se de nomes falaremos nesta 74ª edição do Festival Internacional de Berlim, um deles merece a nossa maior atenção. Pois Margarida Gil será a representante portuguesa que leva à competição (embora na secção Encounters) Mãos no Fogo, o último filme da realizadora natural da Covilhã, seis anos depois de nos oferecer Mar. Aliás, Margarida Gil regressa a uma secção onde o ano passado João Canijo foi feliz ao receber o Prémio do Júri por Mal Viver (Viver Mal concorreu na secção principal). 

Mas há mais. Bruno Dumont, Hong Sangsoo, desta vez, com a intromissão da língua francesa (por Isabelle Hupert). Ainda em língua francesa Mati Diop e Olivier Assayas. E até de quem se espera muito, como o mexicano Alonso Ruizpalacios, o russo Victor Kossakovsky, o mauritano Abderrahmane Sissako ou dos germânicos Andreas Dresen e Matthias Glasner. Façam as vossas apostas! O Urso de ouro (e o restante palmarés será desvendado no serão do próximo sábado.

No final, a atenção estará votada para o júri internacional, liderado pela atriz do Quénia e México, Lupita Nyong’o, devidamente acompanhada pelo ator americano Brady Cooper, a realizadora chinesa Ann Hui, o cineasta alemão Christian Petzold, o realizador espanhol, Albert Serra, a atriz italiana Jasmine Trinca e, por fim, a escritora ucraniana Oksana Zabuzhko. 

Interessante também o júri que avaliará o filme de Margarida Gil, pois a cinefilia atravessa tanto o realizador argentino Lisandro Alonso, como o cineasta canadiano, Denis Cotê, coajuvados pela realizadora alemã Tizza Covi.

Let the festival begin!

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