Sexta-feira, Dezembro 6, 2024
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Doclisboa: mexe-te e vê cinema em Lisboa

15º DocLisboa – de 19 a 29 de outubro

Ramiro alfarrabista de Manuel Mozos, curiosamente uma ficção, até pode ter honras de abertura do DocLisboa, só que há muito mais para ver logo no primeiro dia. O menu é vasto e farto nas diversas salas do Doc. Desde logo, a embaixada canadiana vinda de Quebeque com o seu cinema identitário na Cinemateca, bem como os três incontornáveis pesos pesados: Robert Wiseman, com a sua viagem de descoberta à biblioteca de Nova Iorque, com o premiado Ex Libris, no cinema S. Jorge, para além da sessão dupla no cinema Ideal com o singular encontro de Claude Lanzman em Napalm, e ainda Julian Assange visto por Laura Poitras, em Risk. Para começar não está nada mal.

Mrs. Fang, de Wang Bing

Dos documentários internacionais com um percurso de diversos festivais, destacamos ainda os dois filmes do chinês Wang Bing (Bitter Money Mrs. Fang), naturalmente An Inconvenient Sequel: Truth to Power, na continuação do programa de alerta ambiental de Al Gore, e ainda o poderoso No Intenso Agora, de João Moreira Salles. Como sempre a secção Heart Beat trás o melhor da música, com o documentário sobre a andrógina Grace Jones a abrir, mas também Mariane Faithfull vista por Sandrine Bonnaire e a carreira de Whitney Houston por Nick Broomfield. Há ainda uma jam session com Abel Ferrara, em Alive in France, e o curioso registo sobre os fantasmas de Cary Grant, em Becoming Cary Grant.

António e Catarina, de Cristina Hanes

Medimos também a pulsação do documentário português, com a sempre rica secção competitiva, onde vemos por exemplo o encantado António e Catarina, o estudo que a romena Cristina Hanes fez de um marialva português, e que foi justamente premiado em Locarno, e com quem tivemos ocasião de falar. Ico Costa volta com o intenso exercício Barulho, Eclipse; já Anabela Moreira e João Canijo oferecem o dia a dia e o quotidiano do Diário das Beiras. Silas Tiny regressa a São Tomé com O Canto de Ossobó. Destacamos ainda as Notas de Campo, de Catarina Botelho, um olhar sobre a política de austeridade portuguesa. Depois de Berlim e San Sebastian, a viagem ao arquivo de imagens de Guiné Bissau. em Spell Reel, de Filipa César, pode finalmente ser visto em Portugal.

Depois há todo o resto. Vá mexam-se!

 

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