Domingo, Abril 28, 2024
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I Festival Internacional de Arte Cinematográfica foi em 1964

Manoel de Oliveira, Paulo Rocha, António Lopes Ribeiro, entre outros, no júri que atribuiu a Caravela de Ouro. A concurso estavam Fellini 8 1/2, Luz de Inverno ou A Noite, entre outros. Foi em 1964!

Há quem diga que hoje em dia existem festivais de cinema a mais. Isto em Portugal! Num país em que é tudo escasso. Ainda por cima, festivais de cinema. Vale a breve introdução para recordar um dos primeiros festivais de cinema em Portugal. Pelo menos, o I Festival de Arte Cinematográfica. Isto no ano da graça de 1964. No São Luiz, em Lisboa. Seguramente não o primeiro, já que é mencionada neste breve catálogo uma iniciativa idêntica, no ano anterior, pela Casa da Imprensa. Seja como for, uma bela memória que nos chega graças ao manuseamento do espólio de José Fonseca e Costa, fielmente depositada no Ephemera, no Barreiro.

O precioso catálogo, manuseado com pinças, lança várias informações que muito desejamos partilhar. Ora vejamos.

Antes de mais, dizer que tal iniciativa se deveu à organização da Casa da Imprensa de Lisboa, com o alto patrocínio da Fundação Calouste Gulbenkian – a entidade que haveria de nos brindar com os mais luxuosos ciclos de cinema alguma vez exibidos em Portugal.

Curioso é também perceber nos membro do júri, nomes como Manuel de Oliveira (assim mesmo, com ‘u’, apesar de em 1965, no lançamento de As Pinturas do Meu Irmão Júlio, já assinar como Manoel) e Paulo Rocha, um ano depois de Os Verdes Anos (1963), bem como o produtor e realizador António Lopes Ribeiro e Félix Ribeiro (fundador da Cinemateca Portuguesa).

 

Júri do festival:

António Lopes Ribeiro (Presidente do Sindicato Profissionais de Cinema)

Dinis Machado (Casa da Imprensa)

Félix Ribeiro (Director Cinemateca Nacional)

Gladstone Chaves de Melo (Adido cultural Embaixada do Brasil)

Manuel de Oliveira (Realizador)

Manuel Pina (Delegado Cine-clubes de Lisboa)

Paulo Rocha (Realizador)

 

 

 

 

OBRAS A CONCURSO

Dulcineia/Dulcinea, de Vicente Escrivá (1962)

A Noite/La Notte, Michelangelo Antonioni (1961)

O Apaixonado/Le Soupirant, de Pierre Étaix (1963)

Dois Irmãos, Dois Destinos/Cronaca Familiare, de Valerio Zurlini (1962)

A Ilha Nua/Hadaka No Shima, de Kaneto Shindo (1961)

Luz de Inverno/Nattvardsgasterna, de Ingmar Bergman (1963)

Fellini, 8 1/2, Otto e Mezzo, de Federico Fellini (1963)

O Bandido da Sicília/Salvatore Giuliano, de Francesco Rosi (1962)

Longa Jornada para a Noite/Long Day’s Journey Into the Night, de Sidney Lumet (1962)

 

Filme de encerramento

Breve Encontro/Brief Encounter, de David Lean (1946)

 

Cinemas que participaram no festival:

Avis: A Ilha Nua

Império: Luz de Inverno

Monumental: O Apaixonado e Dois Irmãos, Dois Destinos

Odeon: Dulcineia

Politeama: O Bandido da Sicilia

São Luiz – Alvalade: Longa Jornada para a Noite

Tivoli: Fellini 8 1/2 

 

Prémios do Festival

Grande Prémio CARAVELA DE OURO – Melhor longa metragem

Prémio CARAVELA DE PRATA – para valores artísticos

Prémio CARAVELA DE PRATA – para valores espirituais

Prémio CARAVELA DE PRATA – para valores humanos

Prémio CARAVELA DE PRATA (MINIATURA) – melhor prestação feminina

Prémio CARAVELA DE PRATA (MINIATURA) – melhor prestação masculina

Prémio CARAVELA DE OURO (MINIATURA) – melhor curta metragem

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