São os sete, os membros do júri da seleção oficial da Berlinale. Da discussão entre eles sairão os prémios revelados no dia 16, nesta edição mais apertada que o normal, com o objectivo claro de reduzir os contágios pela maleita do covid. Mas sem deixar de celebrar o cinema. E, por que não, como se de uma verdadeira religião se tratasse.
Eles são Tsitsi Dangaremba, a primeira realizadora do Zimbabué, o mega produtor francês de origem tunisina, Said Ben Said, com responsabilidade nos trabalhos de Brian De Palma, David Cronenberg, Paul Verhoeven e tantos outros, a actriz dinamarquesa Connie Nielsen, o cineasta japonês, de quem se fala, Ryusuke Hamaguchi, um dos principais cabritados aos Óscares deste ano, a alemã Anne Zhora Berrached e o brasileiro Karim Ainoiuz. A eles cabe a tarefa de ver os 18 filmes da competição e decidir os vários Ursos de Prata e o de Ouro.
Foi na conferência de imprensa desta manhã que esse lado de cinema como religião saiu reforçado. Foi o produtor Said Ben Said quem lançou a primeira pedra ao dizer que “sou uma pessoa muito religioso e o cinema foi sempre uma religião. Vejo muito filmes em casa, como homem religioso. Mas, para mim, a igreja e o lugar para ver filmes, é a sala de cinema”.
Uma ideia defendida também pelo Presidente M. Night Shyamalan, ao referir o momento após ver Os Salteadores da Arca Perdida, tomando a decisão de seguir a religião do cinema. Connie também sempre viveu essa religião em casa, pois a sua família dirigiu cinemas e sempre esteve ligada a essa indústria, confessando mesmo que o seu pecado original foi ver Christiane F, do Uli Edel.
A ideia foi prolongada por Hamaguchi, ao referir que o seu filme de mudança foi o Regresso ao Futuro 2. Ele que era introvertido, mas esse filme fez dele uma pessoa mais sociável e a descobrir o cinema por essa via.
Por fim o brasileiro Karim Ainouz, o filho de uma mãe solteira, que s libertou pelo cinema, sobretudo pelo menear de John Travolta em Febre de Sábado à Noite. Sempre que posso incluo sempre nos meus filmes um momento musical e com dança. Para mim é muito importante.” Sim, como uma religião.
Aguardemos apenas que todos estejam em sintonia no acto religioso de escolher do melhor filme da competição. Na próxima quarta-feira saberemos.