Na semana passada, Jorge Campos, deputado do Bloco de Esquerda, requereu uma audição, na Assembleia da República, com o Ministro da Cultura, para dar explicações sobre os danos ocorridos no Convento de Cristo, em Tomar, durante a rodagem do filme The Man Who Killed Quixote, do realizador Terry Gilliam.
As explicações sobre os estragos no Convento incluem a entrega do contrato entre a tutela e a produção cinematográfica, a lista detalhada dos danos causados, o estudo de impacto para a realização do filme no Convento, e o número de especialistas da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) que foram determinados para supervisionar a rodagem.
Segundo um relato na RTP1, no programa “Sexta às 9”, o Convento de Cristo, um monumento classificado pela Unesco como património da humanidade, terá tido as suas pedras centenárias danificadas, graças a uma fogueira de 20 metros do claustro de D. João II. Além disso, as árvores nos claustros terão sido cortadas.
No requerimento entregue ao Parlamento, os deputados do Bloco citam testemunhos de que “uma enorme onda de calor terá sido gerada nas imediações da janela do Capítulo, jóia da arquitetura manuelina e ícone mundial do Convento de Cristo, pondo em risco tanto o monumento, grande número de figurantes presentes no local”.
Convém lembrar que no mês passado o produtor Paulo Branco acusou o realizador Terry Gilliam de estar a fazer uma rodagem “clandestina e ilegal”, pois Gilliam terá pedido a anulação do contrato de produção com a produtora Alfama Films. Entretanto, o Tribunal da Grande Instância de Paris declarou que o contrato continuava válido para a produção do filme.
O filme “O Homem Que Matou D.Quixote” é uma co-produção entre os países Portugal, Espanha, França, Bélgica e Inglaterra, tendo um orçamento de 16 milhões de euros.