Corporate, de Nicolas Silhol – Seleção Oficial – Competição
Esta é a lei do mercado: você é excedente, adeus!
Este é mais um caso de (bom) cinema social, mas que ao contrário de A Fábrica de Nada e A Lei do Mercado, ou Recursos Humanos, entre outros exemplos recentes presentes no cinema francês, mais empenhados em analisar as consequências do desemprego, Nicolas Silhol preferiu colocar o dedo na ferida nas estratégias de emagrecimento dos quadros.
No caso, o trabalho diligente de Emille (Céline Salette), a chefe dos recursos humanos de uma grande multinacional, no sentido de agradar o seu charmoso, mas cruel chefe, (Lambert Wilson, sempre eficaz) e assim afastar um trabalhador considerado excedentário que acaba por suicidar-se no local de trabalho. A partir daqui, e com a entrada em cena de uma delegada da inspeção do trabalho (Violaine Fumeau), esta workaholic agressiva sente-se entrincheirada. Primeiro resistente, para adotar depois uma posição de denúncia do sistema para se livrar das suas próprias implicações acabando por transmitir à personagem uma réstia de humanidade.
Apesar do desenlace algo previsível, Corporate tem pelo menos o mérito de espelhar algumas situações concretas em grandes companhias francesas e um pouco por todo este mundo cada vez mais corporativo e globalizado.