Faleceu ontem, dia 5 de outubro, a atriz francesa Anne Wiazemsky vítima de cancro. Para a história, passará talvez o seu papel mais marcante como Veronique, a protagonista de La Chinoise ou A Maoísta, um dos filmes mais militantes de Jean-Luc Godard, de 1967, com quem de resto haveria de casar, ainda durante a rodagem, com apenas 17 anos, e com quem viveu durante 12 anos.
Apesar deste ser talvez o seu trabalho mais marcante, é igualmente incontornável a sua estreia como atriz pela mão de Robert Bresson, no mítico Au Hazard Baltazar (Peregrinação Exemplar, na versão portuguesa, em 1966) e igualmente num papel marcante da História do Cinema.
Ao longo da sua carreira de duas décadas haveria de trabalhar de novo com Godard, em Weekend/Fim-de-Semana, ainda em 1967, bem como do documentário sobre os Rolling Stones, Sympathy for the Devil ou Tudo Vai Bem (1972), para além de presenças em filmes de Pier Paolo Pasolini (Teorema, 1968) e André Téchiné (Encontro/Rendez-vous, 1985), entre muitos outros.
Para além de atriz, Wiazemsky publicou diversos livros, incluindo Un an après, em 2015, sobre a sua vida com Godard, e que foi adaptada por Michel Hazanavicius para o filme Le Redoutable, apresentado no passado festival de Cannes, em competição para a Palma de Ouro. No filme, de resto uma obra arriscada, mas conseguida do autor de O Artista, a sua personagem é interpretada por Stacy Martin, ao lado de Louis Garrel, como Godard.