Terça-feira, Novembro 18, 2025
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Aniki Bobó, Barry Lyndon ou Un Revenant: é o festival Klassikoak!

Na 73ª edição do Festival de San Sebastián, que decorre de 19 a 28 de setembro, a secção Klasikoak destaca-se ao incluir doze títulos que vão desde clássicos do cinema mundial até obras mais modernas, celebrando a riqueza da história cinematográfica. Entre as películas selecionadas encontram-se obras de Christian-Jaque, Jorge Fons, José Miguel García Ascot, Stanley Kubrick, Yoshimitsu Morita ou Manoel de Oliveira. A estreia será com o filme vencedor da Concha de Ouro, Furtivos (José Luis Borau, 1975), que comemora cinquenta anos.

A seleção, anunciada pelo director do festival, José Luis Rebordinos, e pelo responsável do Arquivo de Cinema Basco, Joxean Fernández, integra ainda uma exposição de filmes restaurados, que fazem parte de uma iniciativa apoiada pelo festival e pelo arquivo, com uma programação estendida de setembro a dezembro. Com 42 títulos e 124 sessões, o projeto visa preservar e promover o cinema de diferentes épocas, reforçando que “não se trata de nostalgia, mas sim de uma necessidade de recordação e de preservação da memória”, sublinhou Rebordinos.

Destacam-se obras como Un Revenant, de Christian-Jaque, Barry Lyndon, de Stanley Kubrick, Singoalla, de 1953, e o clássico do cinema iraniano El callejón de los milagros (Jorge Fons, 1994), a fechar o ciclo. Além disso, o programa inclui um filme emblemático do exílio espanhol, En el balcón vacío, de Jomí García Ascot, e o pioneiro Aniki Bóbó, de Manoel de Oliveira. A temporada prolongada será complementada com sessões especiais em várias cidades do País Basco.

Cinema e democracia

Chile, la memória obstinada, de Patricio Guzmán (foto: SSIFF).

A programação do festival de Donostia dedica ainda meia-dúzia de filmes a momentos históricos ancorados em memórias de repressão, censura e ditadura. Na secção Juventude, cinema, memória e democracia poderemos ver, por exemplo, o acerto de contas com a memória, do chileno Patricio Guzmán, em Chile, la memória obstinada, com o regresso do cineasta 22 anos depois do golpe de estado de Pinochet, procurando compreender como o país articulou o peso do passado e o esquecimento.

Entre os cinco filmes desta secção, inclui-se ainda Canciones para despes de una guerra, de Basilio Martín Patino, recuperando imagens do período da ditadura de Franco, ou ainda o trilho de uma viagem clandestina, pelo norte de Espanha, em La Marselhesa de los borrachos, onde Pablo Gil Rituerto usa a memória oral, captada em 1961, para seguir um grupo clandestino que coleciona canções de protesto.

Un Cielo impassible investiga testemunhos de soldados que lutaram na Guerra Civil de Espanha, recolhidos por um grupo de adolescentes que vai construindo uma nova memória a par de uma nova geração. Por fim, a produção francesa Nos défaites, estabelecendo uma relação política mapeada por jovens que refletem sobre as mudanças capitalistas operadas depois de Maio de 68. No fim, a pergunta: será que vamos destruir este mundo ou construir um novo?

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