Os tempos de hoje em dia já não são mais os mesmos. E no cinema isto não é diferente. A morte de José Manuel Castello Lopes, aos 86 anos, é uma perda significativa para a distribuição e exibição do cinema português. O distribuidor já estava hospitalizado três semanas antes de sua morte, causada por uma doença cardíaca.
“A morte de José Manuel Castello Lopes também é enterrar uma parte da nossa história, e ver desaparecer a época dos grandes exibidores e distruidores de cinema, trabalho em conjunto com o seu irmão Gérard Castello Lopes (1925 – 2011).” Paulo Trancoso, presidente da Academia Portuguesa de Cinema (APC), lamentou.
A Academia Portuguesa de Cinema (APC), que, em 2013, deu a José Manuel o Prémio Sophia de Carreira, pediu um aplausos ao distribuidor português, ao dizer que “a Academia e que o país perderam uma das suas mais ilustres e significativas referências”.
Para Lauro António, realizador e crítico de cinema, José Manuel lutava por um cinema de qualidade. Nem melhor nem pior, “ele dava atenção especial às salas de cinema”.
José Manuel, e o seu irmão, Gérard, herdaram a distribuidora do pai, a Filmes Castello Lopes, fundada em 1916, com a sua famosa águia estilizada e a música épica em fundo, ao apresentar os filmes. A distribuidora Castello Lopes foi responsável por trazer grandes produções norte-americanas, como Columbia, Fox e MGM, e também europeias – francesas, alemãs e italianas. Realizadores como Fassbinder, Godard e Truffaut foram introduzidos nos cinemas portugueses graças à distribuidora. José Manuel também trouxe Guerra das Estrelas, em 1977, o filme que abriu portas para a exibição de blockbusters em Portugal.
O corpo foi cremado no último domingo, dia 28, no cemitério do Alto de São João.