A vida já foi bem mais sorridente para o comediante Louis C.K. Mas sinais de preocupação instalaram-se desde que uma mão-cheia de mulheres o acusaram, num artigo publicado no The New York Times, no passado dia 9, de se ter exibido nu ou masturbado diante delas ou ao telefone. Algo que o próprio depressa admitiu. No entanto, os rumores da sua conduta eram bem mais antigos, remontando mesmo aos anos 90. É que nesta época pós-Weinstein affair este tipo de equivale normalmente – ou quase – à morte do artista. Para já, no caso de C.K., os efeitos imediatos foram, para já também, a suspensão da estreia do seu filme I Love You Daddy, exibido em setembro passado no festival de Toronto e de estar programado para passar no Lisbon e Estoril Film Festival, no próximo dia 23. Em todo o caso, o jornalista Matt Stoller, da revista Vulture intitulou mesmo um artigo com o título: Louis C.K. está acabado.
https://www.youtube.com/watch?v=xRQGzS6Ce-g
É que neste filme que o próprio C.K. protagoniza à frente e atrás das câmaras – filmou apenas em junho passado – a sua personagem assume-se como um guionista de televisão bem sucedido embora incapaz de lidar com a sedução que um suposto pedófilo bastante mais velho (um papel interpretado com malícia por John Malkovich) faz à sua filha de 17 anos (Chloe Grace Moretz). O mais incrível é que o seu estilo de comédia direto não se furtava a abordar temas controversos como a masturbação. É a ironia, como a sua capa atual do Facabook que usamos para ilustrar o artigo. Sim, nobody’s happy…