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Ele não disse ‘I’ll Be Back’? Aí está Exterminador Implacável 2 – O Dia do Julgamento 3D!

Foi há quase 27 anos que aterrou com estrondo nas nossas salas Terminator 2, pela mão e engenho de James Cameron, numa das mais conseguidas sequelas do cinema de ação de sempre.

Hoje, recordamos que um Arnold Schwarzenegger cibernético prometera com a sua voz metálica um I’ll be back! E não é que voltou mesmo, desta vez com uma veste de relevo em 3D?

É claro que poderemos questionar-nos se haveria mesmo necessidade de fazer esta conversão, mas talvez ainda mais importante seja perceber até que ponto T:2 resistiu ao tempo e se esta nova patine não nos leva a colocar com agrado no nariz os óculos para ver mais além.

E a resposta não poderia ser melhor: Exterminador Implacável 2: O Dia do Julgamento 3D cumpre o feitiço do tempo e pouco ou nada perde ao longo de quase três décadas de existência, dando mesmo uma lição a muito lixo digital que vamos engolindo em enésimas e desnecessárias franchises. Ainda que seja questionável a sua legitimidade, não deixa de ser uma revisão que nos enche as medidas.

Vamos aos efeitos visuais que são o engodo para uma nova chamada às bilheteiras, ou até uma sensacional descoberta por quem agora se estrear nesta guerra futurista entre homens e máquinas. Mesmo sem ser novidade, a presente conversão para 3D acaba por impor esse efeito na revisão de ema nova definição de contornos e texturas, sobretudo ao acentuar os efeitos especiais de fogo, as deformações metálicas do cyborgue T-1000, os efeitos de luz, seguramente naquele que será um dos trabalhos de topo (seguramente entre muitos outros) do mago Stan Winston.

Já que falamos de T:2 cumpre recordar Terminator, ou O Exterminador Implacável, apenas o segundo filme de um tal James Cameron que, em 1984, impulsionado por Piranha II, se atira a este avassalador filme paredes meias com a ação e o terror. Só que em vez de um Schwarzenegger com a missão de abater Sarah Connor (Linda Hamilton), este Terminator T-101 regressa do futuro através de um portal para defender o John Connor (Edward Furlong) e permitir que este rapaz possa sobreviver e tornar-se no líder desse movimento.

Ou seja, a ideia revolucionária era precisamente mudar o futuro. Isto a par de uma outra versão, mais sofisticada, o modelo T-1000, programado para aniquilar o rapaz com a ferocidade e determinação imposta por Robert Patrick. E é aqui que o guião de Cameron e William Wisher (que já assinara o filme de 1984) justifica a sequela, ao baralhar os lados da barricada.

É que em vez do Terminator letal, a personagem robótica e sem expressão é convencida por John Connor a não ‘terminar’ as suas vítimas, optando antes por tiros no joelho. E até a ensinar-lhe algumas frases mais coolpara passar despercebido, quando diz hasta la vista, baby!

Ou seja, em vez do vilão Schwarzie/Terminator temos agora o herói, já que é capaz de alguma aprendizagem, acabando mesmo por assumir algumas componentes, digamos, mais humanizadas e até a assumir uma figura paternal; precisamente o mesmo de Sarah, que abandona o lado mulher acossada para assumir um lado mais musculado e belicista. É também neste filme que o avantajado ator austríaco passa a incluir nas suas performances um lado mais humorista.

Ora é precisamente nesta variante entre o herói e o vilão que ganha espessura, aliada aqui à menos desenvolvida ligação ao hospital psiquiátrico, onde Sarah tinha sido mantida por advogar as tais premonições de um cataclismo bélico vindo do futuro, durante a primeira parte do filme, para gradualmente passar a assumir um lado cada vez mais humanizado e entregue aos sentimentos.

Até a própria ação evoluiu de algo mais feroz e brutal de Exterminador Implacável para uma conceção mais espetacular que inclui as diversas transformações e deformações de líquido metálico de T-1000, algo que usara primeiro em Abismo, de 1990, com a criatura feita de água, mas também as sensacionais perseguições, as mega explosões, aqui sempre com a cancela da ILM (Electric Light & Magic) de George Lucas. E quando chegamos ao final percebemos que Terminator 2possui aquele estatuto de clássico absoluto do género que não está ao alcance de todos.

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